Sindicatos rejeitam “proposta indecorosa” e sem aumento real da Copel

Após uma semana, a Copel trouxe à mesa de negociação, nesta quinta-feira (18) exatamente a mesma proposta que já havia sido rejeitada pelos 15 sindicatos que representam os trabalhadores. Diante disso, a posição das entidades segue a mesma: aguardamos que a empresa reavalie sua “proposta indecorosa” e traga à mesa de negociação uma oferta que atenda ao que esperam os trabalhadores. E o recado dos trabalhadores está claro na pauta de reivindicações: aumento real de salários.

“As negociações do Acordo Coletivo de Trabalho da COPEL estão a todo vapor”, diz o diretor do Sicontiba, Almir Pazinato Nanemann. Os diretores representantes do SICONTIBA estão acompanhando ativamente as reuniões e rodadas de negociações.

Mais uma vez, nesta quinta-feira, ouvimos o superintendente de Recursos Humanos, Luiz Carlos Cavanha, pintar um quadro negro para o futuro da empresa. “O cenário não se apresenta muito favorável. Não há condições para ganho real”, jurou.

As dificuldades, se é que existem, não são para todos. O economista Fabiano Camargo, do Dieese, lembrou que a mesma direção que apresenta um “cenário não favorável” aos trabalhadores se deu de presente um aumento de 60% nos próprios salários, entre 2010 e 2012. “Os gastos da Copel com a remuneração de diretores e conselheiros saltou de R$ 6,3 milhões para R$ 10 milhões, no período”, disse.

Mesmo em meio a esse “cenário não favorável”, a Copel não viu problemas em gastar quase R$ 18 milhões num avião para uso de seus diretores – e, segundo o jornalista Celso Nascimento, da “Gazeta do Povo”, também para uso do governador Beto Richa (PSDB).

E, mesmo em meio a esse “cenário não favorável”, a Copel mostra interesse em adquirir o Grupo Rede, que está sob intervenção da Aneel, como noticiou hoje a imprensa.

Cenário desfavorável, como se vê, só para nós, trabalhadores.

Tudo isso acontece no mesmo ano em que as outras empresas do setor – que não têm os prêmios e a solidez que a Copel alardeia em seus anúncios publicitários e ao mercado financeiro – concederam reajustes acima da inflação. “No setor elétrico, em 23 negociações, houve ganho real médio de quase 2%”, lembrou Fabiano.

A única diferença da proposta da Copel, em relação à semana passada, é a adoção do Divisor 200, em vez do 220. “Mas isso já está garantido em súmula do Tribunal Superior do Trabalho, ou seja, já está na lei. Por isso, nem precisa constar do ACT, que é um documento que existe para registrar avanços em favor do trabalhador”, afirmou Jonas Braz, diretor do Steem.

“Foram os trabalhadores que seguraram a Copel em momentos difíceis, como o da época das ameaças de privatização. Sempre que a empresa esteve sob risco, os trabalhadores se mobilizaram para defendê-la. Mas a recíproca não é verdadeira. Nos últimos anos, a direção comemorou lucros fabulosos, mas não concedeu qualquer aumento real. Como explicar isso aos trabalhadores?”, lamentou Alexandre Martins, presidente do Sindenel.

Data-base garantida

A carta em que Yara Enseibach garante a data-base (clique na imagem para ler)

Na reunião desta quinta-feira, cada uma das 17 entidades presentes recebeu carta assinada pela diretora de Gestão Corporativa da empresa, Yara Eisenbach, que garante a manutenção de nossa data-base para 1.º de outubro. Por isso, reafirmamos: este é o momento de nos mantermos unidos e mobilizados. A pressa não nos favorece. Com calma, união e mobilização, vamos chegar a um Acordo Coletivo que fará jus ao que merecemos.

Fonte: Coletivo Sindical da Copel

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