Voz do Contabilista: O que podemos aprender com empreendedores bem sucedidos

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Hugo Catossi
Presidente do Sicontiba

Os maiores sonhos dos brasileiros são comprar a casa própria (42%), viajar pelo país (32%) e montar um negócio (31%), segundo números da última pesquisa Global Entrepreneurship Monitor, que foi realizada pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) em 2014. A pesquisa diz ainda que o Brasil é o país com a maior taxa de empreendedorismo do mundo (34,5%), superando, por exemplo, os Estados Unidos (20%) e a China (26,7%).

Achei curioso e, ao mesmo tempo, esperançoso o fato de tantos brasileiros sonharem em serem donos dos próprios narizes. Afinal, o empreendedorismo pode contribuir e muito para tirar o Brasil do buraco, alavancando o nosso crescimento econômico e social. O empreendedor é figura importantíssima porque, além de produzir diretamente riquezas para o país, como oferta de novos empregos, na maioria dos casos ele atua buscando saídas para problemas corriqueiros do nosso dia a dia, criando mais oferta de serviço ou inovando, por exemplo.

Mas o sonho de ter um negócio é completamente diferente da capacidade de gerir esse negócio. As dificuldades são muitas, é preciso cuidado. De acordo com um estudo do Sebrae, de 2013, a cada 100 empresas criadas no Brasil, cerca de 24 fecham as portas antes dos dois primeiros anos de vida. O número não é alarmante. É até considerado bom se comparado a países de primeiro mundo. E os fatores que levam essas empresas a falirem são velhos conhecidos de todos nós, como a alta tributação, a falta de planejamento, o desconhecimento do mercado e o excesso de burocracias.

Por outro lado, o segredo do sucesso das empresas que dão certo, segundo especialistas, é simples: boa gestão. Essa é a chave. Mas eu vou um pouquinho além, porque acredito que é preciso ser mais do que um bom gestor para ser um empreendedor de sucesso. É preciso ver a vida com outros olhos. Enxergar o que ninguém enxerga. Ou enxergar o que todo mundo enxerga, mas, diferentemente de todo mundo, colocar a mão na massa e trabalhar. O comprometimento, a dedicação e a honestidade andam lado a lado de qualquer pessoa de sucesso.

O que eu quero dizer é que a minha definição de empreendedorismo vai além da simples ideia de começar um empreendimento, e que temos muito a aprender com empreendedores bem sucedidos. Pela minha experiência de quase 40 anos conhecendo escritórios de contabilidade e diferentes empresas dos quatro cantos do Paraná, os empreendedores que se dão bem na vida não são apenas bem preparados tecnicamente. Eles têm um tempero extra chamado inteligência emocional. Eles sabem lidar com dificuldades, são responsáveis, se dedicam de corpo e alma ao trabalho e, acima de tudo, agem de maneira honesta e ética. Geralmente, também têm um bom senso de humor e gostam de interagir com outras pessoas.

Nós, brasileiros, temos muito que aprender com eles, porque precisamos de mais pessoas responsáveis e comprometidas, principalmente, nos órgãos públicos, para levar para longe toda a corrupção e a falcatrua deslavada que toma conta do nosso país. Talvez, a nossa salvação seja justamente essa: passarmos a agir como empreendedores bem sucedidos.

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