Voz do Contabilista: Estão querendo vender parte da Copel e da Sanepar

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Hugo Catossi
Presidente do Sicontiba

O secretário da Fazenda do Paraná, Mauro Ricardo Costa, está dando o que falar mais uma vez. A sua nova ideia mirabolante é vender parte das estatais Copel, de energia elétrica, e Sanepar, de saneamento, com a intenção de levantar dinheiro para o governo do Estado. A informação foi publicada pelo jornal Valor Econômico, mas já ganhou as páginas dos principais jornais brasileiros.

O secretário, que foi nomeado em janeiro, vem sendo chamado pelos opositores ao governo de Maurinho Malvadeza, porque foi ele o cérebro por detrás do corte de gastos que culminou naquelas cenas lamentáveis e desnecessárias que assistimos há algumas semanas no Centro Cívico, em Curitiba.

Agora, ele quer aprontar mais essa: vender parte da Sanepar e da Copel para que o governo do Estado continue investindo o nosso dinheiro suado de maneira irresponsável. Se o governo do Paraná está quebrado, é por sua própria falta de competência e de gestão. É por isso que eu sempre bato na mesma tecla: precisamos de governantes e funcionários públicos capacitados, de pessoas que tenham conhecimento técnico, sejam profissionais e éticos.

Pelo menos o governador Beto Richa foi sensato e negou que tenha qualquer intenção de vender parte das estatais. “Continua intacto o meu compromisso de manter o Estado no controle acionário da Copel e da Sanepar”, disse ele, em nota. Melhor assim, já que a Copel e a Sanepar vão muito bem, obrigado.

Em 2014, a Copel teve lucro de R$ 1,2 bilhão e a Sanepar, R$ 422 milhões. A Copel é a maior empresa do Estado e atende a quase todas as 399 cidades do Paraná. Já a Sanepar atende 10 milhões de pessoas em um Estado com pouco mais de 11 milhões de habitantes. Como fica claro, são duas gigantes paranaenses que nos fazem sentir orgulho.

Na Copel, 58% das ações com direito a voto pertencem ao governo estadual. Na Sanepar, o percentual é de 75%. Segundo a ideia do secretário Costa, o Estado venderia o “excedente do controle”, o que ainda deixaria o Paraná como acionista majoritário dentro das empresas. A receita que poderia ser gerada pelas vendas é estimada em R$ 950 milhões, de acordo com o jornal Valor Econômico. O dinheiro seria aplicado em investimentos, como obras.

Mesmo que o governador apoie essa proposta absurda, tenho plena convicção de que o povo paranaense não deixaria barato. Logo tomaria as ruas e faria o impossível para preservar o nosso patrimônio, assim como já o fez em 2001, quando o então governador Jaime Lerner quis privatizar a Copel e sofreu com a ira do paranaense. Que esse episódio sirva de aviso ao governador Richa e a todos os seus secretários!

 

 

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